Profissionais não abrem mão da contratação imediata de novos carteiros para atender a crescente demanda
Depois de uma semana que o Jornal RJNEWS repercutiu mais uma vez o problema da entrega de correspondências em Rio das Ostras, os carteiros estão com os “braços cruzados” desde a terça-feira, dia 11. A paralisação teve como objetivo resolver o problema apresentado na reportagem, já que o principal pedido era a contratação de 11 carteiros aprovados no último concurso público realizado pela empresa. A paralisação atingiu cidades como: Rio das Ostras, Macaé e Conceição de Macabu. Enquanto isso, as correspondências só eram entregues por terceirizados e alguns concursados.
Em Rio das Ostras, apenas quatro concursados continuaram a trabalhar. Para negociar as reivindicações, vieram do Estado dois líderes sindicais. Segundo o secretário Jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro, Marcos Santaguida, os problemas constatados pela população são muito maiores do que se pensam. “As cidades cresceram e os Correios não acompanhou. Por isso, os carteiros ficam sobrecarregados e precisam fazer horas extras”. Em outras cidades da região, por exemplo, eles pediam ainda melhores condições de trabalho para que as salas fossem climatizadas, já que a maioria funciona apenas com ventiladores e, neste calor, fica inviável permanecer nestes locais por muito tempo.
Para o secretário de Imprensa do sindicato, André Messias, muitas vezes algumas pessoas chegam até a agredir um carteiro, mas o que elas não sabem é que este profissional se desdobra para atender até dois distritos, como são chamadas as áreas demarcadas para o trabalho desses profissionais. “Não estamos aqui pedindo questão salarial, mas sim condições dignas de trabalho, para que possamos prestar um melhor serviço”.
De acordo com a diretora do Sindicato dos Correios, em Rio das Ostras, Macaé e Conceição de Macabu, Caroline Bandeira, são necessários 140 carteiros e, atualmente, só estão trabalhando cerca de 80. “É necessário que sejam concursados e não contratados, pois, existe um processo seletivo realizado recentemente”. Ela informou que as reivindicações das outras cidades também estão relacionadas à mão de obra e condições de serviço.
Entre as aprovadas está Michele de Lima. Ela fez o concurso em 2011, em seguida foi convocada para o teste físico e passou. No ano de 2012, assinou um documento que seria convocada em um mês, mas até agora não teve a nomeação feita. “Existem os contratados e nós temos o direito de ocupar a vaga, já que estão precisando”.
O problema ganhou as redes sociais esta semana por meio de uma carta aberta que relata todos os problemas mencionados na reportagem. Em um dos trechos, eles informam que na televisão a “Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos gasta rios de dinheiro com propagandas e patrocínios, e segue batendo recordes de lucro, ano após ano, e ainda assim, precarizam o trabalho, com terceirizações e contratações temporárias, se recusando a convocar novos funcionários através de concurso público. Um absurdo!”. Eles encerram o manifesto reconhecendo a enorme responsabilidade e que querem realizar um serviço de qualidade e respeito.
Até o fechamento desta edição, a contratação dos funcionários solicitada não havia sido sinalizada pela empresa.
ELES RECONHECEM OS PROBLEMAS
De acordo com a delegada sindical de Rio das Ostras, Andressa de Mello, os problemas observados na cidade acontecem devido à precarização dos Correios. Ela informou que a área para a entrega foi expandida e não houve contratação. “Pelo contrário, tivemos uma redução de mão de obra”. Nos últimos tempos, uma das soluções paliativas foi a contratação de funcionários terceirizados temporários. “Mas, estes chegam sem o treinamento adequado e nós ao mesmo tempo em que temos que dar conta de nosso trabalho, temos que capacitá-los. Alguns nem ficam, pois chegam no meio do caos e se assustam”. Andressa informou ainda que espera uma reunião com um gestor mais próximo que pode resolver as contratações e, que em Rio das Ostras, eles só voltariam a trabalhar depois de uma resposta positiva. “Não vamos aceitar a resposta de que não há como contratar”, enfatizou.
Para o também carteiro de Rio das Ostras, Daniel Martins, para que o trabalho dê certo na cidade, além do aumento de trabalhadores é necessário um reordenamento urbano, já que existem ruas iguais em vários bairros. “E, infelizmente o código postal que foi implantado no último ano ainda não tem dado certo, pois as pessoas não utilizam. Colocam apenas o código geral”. Ele informou ainda que algumas cartas chegam para ser entregues há poucos dias de vencer.
Até o fechamento desta matéria, parte dos profissionais de Macaé analisava propostas para voltarem ao trabalho, outros, já haviam retornado na quarta-feira, dia 12.
VIVENDO DE IMPROVISO
O problema mostrado na última edição não é só exclusivo do bairro Mariléa. Nas redes sociais vários são os internautas que reclamaram da prestação do serviço. Em Cidade Praiana, por exemplo, a morado ra Valéria Antunes, disse que todo mês a entrega das contas de cartões de crédito chegam atrasadas. “Já para os outros boletos, ela vai direto nas lojas em q ue costuma comprar, algumas inclusive em Macaé”.
No mesmo bairro, mora Jorge Rosa. Ele conta q ue coloca o endereço nas correspondências para chegar no Rio de J aneiro, onde mora o pai, já q ue aqui elas costumam não ser entregues. “Como estou sempre por lá é mais fácil. O resto tiro pela internet”.
› FONTE: Macaé News (www.macaenews.com.br)