Café Noturno Por Marianna Mariano
Um dia tudo acaba.
Mas sempre há um novo começo.
Foi assim quando te deixei. E recomecei.
Anos na folia vermelha não foram capazes de suprir certos rancores que apareceram pelo caminho. Nosso laço estava mais frouxo e não conseguimos apertá-lo o suficiente para continuar. A lua de mel durou 7 anos e não aguentou a tsunami que afogou nossas certezas.
E ficamos boiando no incerto por algum tempo.
Até que a água evaporou e decidimos continuar. Andando pelo caminho úmido, vimos tudo aquilo estático, fora do lugar. Procurávamos o sentido, mas não havia um. Sobravam apenas lembranças e duas opções: seguir adiante ou ter forças para recomeçar.
Por cansaço ou invalidez das esperanças, acabou.
Fica a história e permanece a amizade e a ligação que nos une.
O amor amenizou. E transferiu-se para outros setores.
A montanha-russa da vida acabava de nos dar um looping e, naquela hora, era hora de subir a rampa de novo. Embarcar junto aos amigos, aventuras, viagens, farturas e negligenciar o amor.
E por instantes grandes foi assim. Um tumultuado de multidões, maiúsculos, em negrito. Quanto maiores, melhores para esconder a dor e tapar o buraco que cavamos, um ao outro.
Até que o tempo passou e novos horizontes apareceram. Como quem virou a noite na praia, havia luz e risos na escuridão, mas nada melhor que o nascer do dia para enxergarmos o próprio mundo mais límpido. Como quem não vê a hora do sol raiar para poder entrar no mar mais claro, menos frio, menos agitado. Como quem anseia por fotografar a magnitude rosa e pêssego que transbordam qualquer coração mais gelado em fervor. Aquela nova manhã que chega e enche de lágrimas aquela pupila fechada, aqueles olhos que trancam dores, aqueles cílios que nunca mais foram molhados por felicidade.
E o novo dia chegou.
Tudo começou a brilhar novamente.
E a fazer sentido.
Que depois da escuridão, vem a clarividência a nos encher de energia para enfrentar as novas horas, as novas vidas, a própria vida. De um outro jeito.
Agora sozinho.
Mas com outra pessoa.
E seguimos felizes. Um pelo outro. Um sem o outro. Um com outro.
Mas felizes. De outro jeito. Com outro sentido.
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